Fim do Home Office: Oportunidades e Desafios para os Fundos Imobiliários de Lajes Corporativas
Nos últimos anos, o home office se consolidou como uma tendência forte, mas recentemente, temos visto um movimento de retorno ao trabalho presencial. A Amazon, uma das maiores empresas globais, anunciou o fim do home office, com exceções, levando seus funcionários de volta aos escritórios. Esse movimento pode representar uma virada para o mercado de Fundos Imobiliários de Lajes Corporativas, pois, à medida que as empresas voltam aos espaços físicos, a vacância tende a diminuir. Neste artigo, analisamos essa relação e exploramos dois importantes fundos imobiliários de lajes corporativas: o PVBI11 e o BRCR11.
O Fim do Home Office e o Impacto nos Fiis de Lajes Corporativas
Recentemente, a Amazon anunciou que deixará o home office no passado, com seus funcionários retornando aos escritórios. Segundo o CEO Andy Jassy, essa mudança ajudará a fomentar a inovação, a colaboração e o fortalecimento da cultura organizacional, que muitas vezes se dilui em um ambiente de trabalho remoto.
Essa mudança não é isolada e pode representar um ponto de virada para o setor imobiliário corporativo, especialmente em grandes centros urbanos como São Paulo. Empresas que buscam restabelecer suas operações físicas voltarão a ocupar lajes corporativas, preenchendo espaços que há muito estavam vagos.
Se o movimento de retorno aos escritórios ganhar força, o setor de Fundos Imobiliários de Lajes Corporativas pode vivenciar uma recuperação significativa. Com a demanda por escritórios físicos em alta, os prédios localizados em regiões metropolitanas e áreas prime, como a Avenida Faria Lima em São Paulo, deverão ser os primeiros a ver suas vacâncias reduzirem.
Após as áreas principais serem preenchidas, outras regiões podem se beneficiar, inclusive aquelas que foram mais afetadas pela pandemia, como o Rio de Janeiro, que ainda enfrenta altos índices de vacância.
Fundos Imobiliários em Destaque: PVBI11 e BRCR11
PVBI11
O fundo PVBI11 possui um portfólio de ativos premium, com 80% de seus imóveis classificados como triple A. Sua localização privilegiada, próxima à Faria Lima, o torna uma aposta interessante em um cenário de volta ao trabalho presencial.
- Vacância física: 15,9%
- Vacância financeira: 7,4%
- P/VP: 0,86
- Dividend Yield: 8,94%
- Liquidez diária: 9,5 milhões
Apesar de uma leve queda no dividendo (de R$ 0,70 para R$ 0,65), o fundo continua atraindo cotistas, com um aumento de quase 30 mil em 2024. Com sete ativos em seu portfólio, um deles, o FL 4440, representa 33% da receita do fundo.
BRCR11
O fundo BRCR11, por sua vez, enfrentou desafios em termos de vacância, mas tem mostrado sinais de recuperação. A vacância financeira caiu 0,5% recentemente com o aluguel de importantes ativos como o Eldorado e o EZ Towers, ambos em São Paulo. No entanto, a vacância física ainda permanece alta, com o EZ Towers e o Torre Almirante registrando taxas de vacância superiores a 50%.
- Vacância física: 15,3%
- P/VP: 0,54
- Liquidez diária: 1,4 milhão
- Ativos: 9, com participação em três deles por meio de outros FIIs
Considerações Finais
O retorno ao trabalho presencial pode representar um impulso para os fundos imobiliários de lajes corporativas, especialmente em regiões-chave como São Paulo. No entanto, é essencial acompanhar de perto os dados de vacância e a capacidade dos gestores de manterem os imóveis ocupados.