Silvicultura e Papel e Celulose: Crescimento do Setor, Klabin vs Suzano e Impactos da Selic
A silvicultura desempenha um papel fundamental no manejo das florestas, sendo a principal fonte de matéria-prima para os setores de Papel e Celulose. Empresas como Klabin, Suzano e Irani dependem diretamente do desenvolvimento desse setor, que tem mostrado um crescimento significativo nos últimos anos. Neste artigo, vamos explorar o que é a Silvicultura, sua relação com o Setor de Papel e Celulose, analisar as principais empresas do setor e discutir os impactos que a alta da Selic tem causado nos investimentos e ações.
🌲 Produção Florestal – Suzano x Klabin 🌲
Silvicultura é a ciência responsável por restaurar e melhorar, de forma natural ou artificial, o povoamento de árvores nas florestas. Essa prática é amplamente utilizada no cultivo de florestas com o objetivo de produzir madeira e seus derivados, como papel e celulose, que são a base de um setor de empresas em expansão no Brasil, com destaque para Klabin e Suzano.
O destaque para as empresas de Papel e Celulose se justifica pelo fato de que, da área total de 9,7 milhões de hectares dedicados à silvicultura no Brasil, 7,6 milhões são de eucalipto, matéria-prima amplamente utilizada pela indústria de papel e celulose. Esta indústria é responsável pela produção de produtos como papelão, embalagens de leite, e rolo de papel higiênico, entre outros.
Um ponto interessante sobre as principais empresas do setor é que a Klabin possui um diferencial, oferecendo uma maior variedade de produtos, além de contar com celulose de fibra longa de pinus, exclusiva da empresa. Já a Suzano destaca-se pelo nível mais elevado de governança corporativa, sendo participante do Novo Mercado, enquanto a Klabin faz parte do nível 2.
Crescimento do Setor de Silvicultura no Brasil
De acordo com os dados da pesquisa “Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura“, divulgada pelo IBGE, o setor de silvicultura apresentou um crescimento de 13,6% em 2023 em relação a 2022, alcançando um valor de R$ 31,7 bilhões. Isso demonstra a importância da silvicultura como base para o setor de Papel e Celulose, uma vez que ela fornece os insumos de madeira e derivados para essa indústria em expansão.
Carlos Alfredo Guedes, gerente de Agricultura do IBGE, destacou que esse crescimento na produção de silvicultura está relacionado ao aumento nos preços dos produtos. A madeira em tora, por exemplo, teve seu valor elevado em 28,1%. Com o aumento dos preços, as empresas se sentem mais incentivadas a investir em maiores plantações, como evidenciado pelo crescimento de 2,5% (238 mil hectares) nas áreas de florestas plantadas no Brasil em 2023.
📈 Impactos da Alta da Taxa de Juros 📈
A alta da taxa básica de juros (Selic) tem sido um fator importante para o mercado de Papel e Celulose e outros setores. O aumento da Selic é uma resposta ao crescimento da inflação, com o objetivo de conter a alta dos preços. Esse movimento de alta nos juros provoca uma mudança no fluxo de investimentos, saindo da renda variável, como ações e fundos imobiliários, para investimentos em renda fixa, que se tornam mais atrativos.
Como resultado, o preço das ações de empresas de papel e celulose pode sofrer uma queda durante períodos de alta na Selic, enquanto setores que se beneficiam de índices de inflação, como o setor de energia, tendem a ganhar mais destaque.
Conclusão
O setor de Papel e Celulose é profundamente impactado pelo crescimento da silvicultura, que fornece a matéria-prima essencial para essa indústria. Empresas como Klabin e Suzano estão bem posicionadas nesse mercado, cada uma com seus diferenciais, seja em termos de produtos ou governança corporativa. No entanto, o cenário econômico, marcado pela alta da Selic, tem impacto direto nos investimentos, o que exige atenção dos investidores para possíveis mudanças no valor das ações e para o comportamento do mercado.
A silvicultura continua sendo um setor crucial para a economia brasileira, tanto pelo seu impacto no setor de Papel e Celulose quanto pela sua contribuição para o desenvolvimento sustentável do país. O crescimento desse setor, mesmo em tempos de desafios econômicos, mostra sua resiliência e importância estratégica.
